Ressurgido, Renato Gaúcho dá volta por cima e desfila marra: 'Me garanto'

sábado, 9 de outubro de 2010.

Deitado na cama de seu quarto em um hotel da Zona Sul do Rio, já pensando no duelo com o Vasco, sábado, Renato Gaúcho deixou de desfrutar de mais alguns raros minutos de relativo repouso desde que assumiu o Grêmio para atender à reportagem do GLOBOESPORTE.COM, na noite de quinta-feira. Líder isolado do segundo turno do Brasileirão, o clube gaúcho passou por intensa chacoalhada nas mãos do treinador, que não sabe o que é perder há seis rodadas e viu seu time marcar 11 gols nos últimos três jogos. Pensando alto, o ídolo tricolor renovou suas esperanças e já crava: é difícil, mas não impossível, ser campeão da competição.

Renato parece, de fato, não ter se abalado com o recente passado de insucessos. De finalista da Libertadores de 2008, foi a rebaixado com o Vasco e demitido duas vezes do Flu. Assim, amargou mais de quatro meses sem emprego no fim do ano passado. Assim como em outros períodos, dedicou-se ao futevôlei e diz ter recusado ofertas do mundo árabe.

Retomou seu caminho no Bahia, pelo qual nutre especial carinho, e resolveu apostar no maior desafio pessoal da carreira. Isso porque tem sua imagem ligada ao Olímpico, pela história como jogador, e não desejava manchá-la, assim como Zico no Flamengo. Aliviado e ressurgido no mercado, hoje comemora. E, apesar dos laços cruzmaltinos, só pensa nos três pontos.

- É sempre diferente voltar a São Januário. Gosto do clube, foram experiências intensas e deixei muitos amigos por lá. Até hoje recebo ligações de gente do Vasco, o que evita que se perca a ligação. A amizade continua, e é isso que levamos da vida. Ser bem quisto por quem te interessa é fundamental. É claro que precisamos vencer, e vim para isso, mas o respeito é grande.

Renato confessa, porém, que temeu pelo futuro quando encontrou um elenco gremistas sem rumo, em referência velada ao trabalho anterior, de Silas.

- Não quero falar o que estava certo ou errado, mas o Grêmio me deu medo nos primeiros dias. Todos sabem que sou gremista, e fiquei até com pena. Ainda me falaram uma coisa, só que, quando cheguei, era outra bem pior. Fiquei assustado. Sabia que corria um risco, e, para falar a verdade, só aceitei porque a situação era ruim mesmo, eu precisava ajudar. Mas trabalhei bastante, trouxe o grupo para perto da comissão, demos padrão tático ao time, busquei o diálogo para minimizar a falta de tempo e as coisas deram certo - analisou.

Quando assunto são as críticas externas, a força motivacional que exerce sobre os jogadores ou o período de ostracismo, Renato exibe sua tradicional auto-confiança e dá de ombros para quem ainda duvida que possa ir longe. A ponto de ter afirmado há alguns dias que lamenta não ter entrado antes no clube, de modo que pudesse disputar as primeiras posições com mais folga.

- É preciso conhecer um pouco do Grêmio também, do trabalho de vestiário e saber agir nas quatro linhas. São pontos indispensáveis e, nesses, eu me garanto, por isso que digo isso, não é falsa modéstia ou algo parecido - avisou, para depois completar: - Não sinto as críticas do público, e sim de uma ou outra pessoa da imprensa. Esses não valorizam o meu trabalho por causa do lado pessoal. Eu não mando recadinho ou presentes. Se me criticam pelo meu trabalho, ótimo. Agora, se é algo particular, eu não posso fazer nada. Parar durante um tempo me faz bem. A vida de técnico é um rodízio, cheio de altos e baixos. Não me preocupei muito.

A boa oitava posição na tabela, com 42 pontos, menos de dois meses de embarcar em penúltimo, causa até certo espanto no comandante. E, ao notar que Fluminense e Corinthians "não querem ser campeões e devolvem a taça um para o outro", ele acredita numa chegada de Campeonato Brasileiro apertada e indefinida, por enquanto. Diante do Vasco, garante sentir-se em um momento especial quando volta a São Januário.

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